Com uma bússola no bico
Sabia que os cientistas acabam de descobrir como os famosos pombos-correio se orientam?
Há muitos anos, quando não existia correio nem internet, as pessoas usavam pombos para enviar mensagens, que chegavam direitinho ao seu destino! O que ninguém entendia era como as aves viajavam longas distâncias e sabiam voltar para casa... Pois foi isso que os cientistas da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, descobriram!
Sabia que os pombos-correio têm algo parecido com uma bússola no bico? Esse instrumento, você sabe, serve para orientação. Ele tem uma agulha, que indica o norte, facilitando assim que alguém localize a posição em que está.
Os cientistas da Nova Zelândia revelaram que os pombos-correio têm minúsculas partículas de ferro no bico superior que funcionam como as agulhas de uma bússola. “Essas partículas, que poderíamos comparar a agulhas, giram e sempre indicam a direção norte”, explica Cordula Mora, coordenadora da pesquisa.
Sabe por que isso ocorre? Pela mesma razão que leva a agulha de uma bússola a mostrar o norte: por conta da interação com o campo magnético da Terra. Se você não faz idéia do que seja isso, anote: por causa da composição e dos movimentos do interior do nosso planeta, ele acaba se comportando como um imenso imã, ou seja, ele produz um campo magnético parecido com o de um imã comum, com dois pólos. Além disso, esses pólos (chamados de magnéticos) coincidem aproximadamente com os pólos geográficos da Terra.
A agulha da bússola, por ser feita de um material magnetizado, também tem um pólo norte e um pólo sul. Por isso, ela gira alinhando-se com os pólos magnéticos da Terra: seu pólo norte aponta para pólo sul do campo magnético da Terra. Por isso, escolheram chamar de pólo sul magnético aquele que fica próximo do pólo norte geográfico. Assim, o pólo norte da bússola aponta aproximadamente para o pólo norte geográfico, como as “agulhas” dos bicos dos pombos-correios!
Isso indica que essas aves se orientam pelo campo magnético da Terra, uma idéia que outros cientistas já tinham levantado, mas que não conseguiram provar. Esse feito coube aos pesquisadores da Nova Zelândia. Mas como eles fizeram isso?
Os cientistas colocaram pombos-correios em um túnel de madeira com uma plataforma em cada extremidade e os treinaram para escolher uma delas. Quando havia mudança no campo magnético, eles deveriam ir para uma plataforma. Quando não havia alteração, para outra. Na maioria das vezes, as aves fizeram a opção certa, o que mostra que foram capazes de notar as variações no campo magnético e se guiar por elas!
Porém, para terem certeza de que haviam chegado à conclusão certa, os pesquisadores fizeram ainda outros experimentos. Em um deles, eles colocaram ímãs no bico superior dos pombos para saber se haveria alguma interferência da capacidade de orientação das aves. Resultado: os animais tiveram suas habilidades prejudicadas.
Por que isso ocorreu? O ímã também tem um campo magnético em torno de si, dessa forma, as “agulhas” presentes no bico dos pombos-correio passavam a se orientar por este campo magnético e não pelo da Terra! Assim, as aves ficaram desorientadas.
Em outro teste, os cientistas anestesiaram a área ao redor do bico superior das aves e verificaram que elas tiveram problemas de orientação. O resultado demonstra a ligação entre a região e a habilidade dos pombos em se localizar. Depois, o grupo cortou o nervo olfativo, que leva informação do nariz para o cérebro, de alguns pombos. Isso para saber se a idéia de que essas aves orientam-se por odores da natureza, defendida por certos cientistas, é correta. Nesse caso, porém, a orientação dos animais não foi afetada, comprovando que o olfato não faz diferença na hora de eles se localizarem!
É, os pombos-correios são mesmo bichos incríveis. Vai dizer que você não ficou com vontade de trocar seu carteiro ou e-mail por um animal desses?
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